Centenário da Semana de Arte Moderna de 22

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A Semana de Arte Moderna é considerada a primeira manifestação coletiva e pública na história cultural do Brasil, em defesa de um espírito novo e moderno. Realizada no Teatro Municipal de São Paulo, em 1922, é vista como um divisor de águas na cultura brasileira.

Importantes figuras do modernismo, em 1922. Mário de Andrade (sentado), Anita Malfatti (sentada, ao centro) e Zina Aita (à esquerda de Anita).

O evento foi organizado por um grupo de artistas, escritores, pintores, escultores, músicos e arquitetos, que buscavam o oposto da arte tradicional e conservadora que predominava em nosso país desde o século XIX.

Semana de 22 - A Semana de Arte Moderna | Desenho DG
Cartaz de divulgação da Semana de Arte Moderna de 1922.

Em um cenário de tensões políticas, sociais e econômicas, a Semana de 22 ocorreu no período pós-Primeira Guerra Mundial, e ainda, durante a República Velha, na política de Café com Leite. Mesmo nesse contexto, era comum a elite brasileira viajar para estudar na Europa, e esse foi o caso de Oswald de Andrade e de Anita Malfatti, que tiveram um papel essencial na construção e na idealização de uma nova arte e, inclusive, na criação do evento.

Embora seja notória a força literária do grupo modernista que deu origem à Semana de Arte Moderna de 22, a base do movimento está nas artes plásticas. Foi por meio da atuação de Di Cavalcanti à frente na organização, das esculturas de Brecheret e, principalmente, da exposição de Anita Malfatti, em 1917, que as artes plásticas ganharam destaque no movimento.

A Estudante Russa
Anita Malfatti, 1915
Óleo sobre tela, c.i.e. 61,00 cm x 76,00 cm.
Coleção de Artes Visuais do Instituto de Estudos Brasileiros – USP (São Paulo)

Nesse período, as obras “O Homem Amarelo”, a “Estudante Russa”, “A Mulher de Cabelos Verdes”, “A Índia”, “A Boba”, “O Japonês”, entre outros trabalhos de Anita Malfatti, manifestaram princípios da arte moderna, como a pincelada livre e o trato da luz sem o convencional claro-escuro. Na contramão, o ilustrador e caricaturista, Di Cavalcanti, inspirado em Pablo Picasso, Georges Braque e Paul Cézanne, alternava entre o tom romântico e “penumbrista”, utilizando o traço simples e estilizado, que mais à frente se tornaria a marca de sua linguagem gráfica.

O Homem Amarelo | Enciclopédia Itaú Cultural
O Homem Amarelo
Anita Malfatti, 1915.
Óleo sobre tela, c.i.d. 51,00 cm x 61,00 cm.
Coleção Mário de Andrade do Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo (SP).

Além dos artistas plásticos, os escritores Oswald de Andrade e Mário de Andrade, desempenharam papel primordial na concretização do modernismo, tanto na literatura, quanto nas artes visuais.


Abaporu
Tarsila do Amaral, 1928.
Óleo sobre tela, c.i.d. 73,00 cm x 85,00 cm.
Colección Costantini (Buenos Aires, Argentina).
Reprodução fotográfica Romulo Fialdini.

De fato, a Semana de Arte Moderna teve grande importância para o movimento Modernista no Brasil, pois foi fundamental para elaborar e enraizar uma identidade genuinamente nacional. Além disso, influenciou outros movimentos, como o Tropicalismo e a Bossa Nova, que surgiram posteriormente.

Principais artistas que participaram da Semana de Arte Moderna:

Literatura

Mário de Andrade

Oswald de Andrade

Manuel Bandeira

Jorge Amado

Carlos Drummond de Andrade

Graciliano Ramos

Guimarães Rosa

Clarice Lispector

Vinicius de Moraes

Cecília Meireles

João Cabral de Melo Neto

Artes plásticas

Anita Malfatti

Tarsila do Amaral

Di Cavalcanti

Vicente do Rego Monteiro

Música

Heitor Villa-Lobos

Guiomar Novaes

Frutuoso Viana

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Fontes:

https://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo359/modernismo-no-brasil

Semana de Arte Moderna: o que foi, contexto histórico e mais!

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